Eu no Fantastico (Não exatamente eu, mas minha asa) !

Quero inicar uma serie de POSTs sobre professores que tive. Este é um ensaio do primeiro.

Com toda esta emoção envolvendo o acidente da TAM (Alias não postei nada a respeito, que vergonha !), o Fantastico mostrou uma entrevista com um professor que admiro muito: O Prof. Dr. Fernando Catalano da Escola de Engenharia da USP de São Carlos, onde ele mostrou o efeito do Stall em aerofólios usando tufts. Ou estou muito enganado ou é o mesmo aerofólio que usei nas minhas medidas de mestrado.

O Prof. Fernando me ajudou muito no mestrado. Graças a ele foi possível validar meus metodos computacionais para interpretação de imagens.

Meu encontro com ele foi absolutamente acidental. Eu fui procurar outro professor que haviam me indicado e como não encontrei o tal professor, resolvi entrar na sala do prof. Fernando que ficava próximo e estava habitada.

Foi ótimo. Além dele "comprar" minha idéia, deu atenção especial para minhas medidas em túnel de vento, ajudou muito na interpretação de dados, além de ser uma pessoa muito interessante de conviver. Era treinador do time feminino de volei da faculdade, tirava fotografia como poucos - Acho que foi ai que comecei a me interessar pelas Reflex e estava restaurando uma moto. Além de ser um cara que falava do Demoiselle do Santos Dummond, sem paixões e com muito conhecimento.

Em resumo: Uma figura. Um cara que tenho que agradecer ao destino e ao professor que não estava naquele dia, a chance de conhecer.

Acho que acabei faltando com ele em algumas coisas, como não coloca-lo como co-autor numa publicação que fiz (maldita burocracia - Espero reparar esta falha um dia) e não dar o tal churrasco de conclusão do mestrado.

Sobre o churrasco, mais um causo: Quando terminei o mestrado, eu era vegetariano e tinha tirado licenca pra concluir o trabalho. Eu estava zerado de dinheiro e vegetariano nao faz churrasco ainda mais sem dinheiro algum. Minha conclusao de mestrado foi boa, mas foi numa epoca muito complicada da minha vida profissional. Acabei nao tendo muito o que comemorar, fora da USP. Com isso não dei o tradicional churrasco - Algo que hoje me arrependo.

A proposito, abandonei o vegetarianismo logo depois !

Revell

Papo de velho, sempre começa com "no meu tempo", então acho que estou ficando velho, porque no meu tempo existiam coisas fantasticas, que hoje não existem.
Talvez eu nem esteja ficando tão velho, mas as coisas é que estão mudando tão rápido que o meu tempo já não é mais o tempo atual.
Vejo isso com o video game. Minha geração foi a primeira a ter video-game em casa. E não só em casa, como na TV. Hoje, nossos video-games são como peças jurassicas no meio de graficos de resolução infinita, cores reais e comunicação via Internet, que alias não existia no meu tempo.
Mas porque estou falando de tudo isso ? Porque no meu tempo, existia uma coisa fascinante, chamada REVELL. Revell eram peças em plastico injetado de carros, aviões, motos, barcos, etc.. que depois de montados, colados e pintados se tornavam miniaturas fieis de um modelo real.
Me lembro muito bem do contexto do meu primeiro Revell. Meu pai fez uma viagem a São Paulo e fiquei esperando ele voltar, porque ele sempre me trazia algum presente. Daquela vez foi a caixa, onde se lia REVELL. Era um Brewster Buffalo F2-A. O primeiro de uma imensa coleção que já passou há muito tempo das duzentas peças.
Daquele dia em diante, minha vida mudou. O momento de montar meu kit Revell passou a ser sagrado e o mundo dos chatos ficava do lado de fora - Citando propaganda de época.
Montar um kit Revell exige algumas aptidões, a maioria não natas. Por exemplo, exige preparo, planejamento, paciencia (muita paciencia) e uma visão de detalhes e conjuntos que deve passar por um desenvolvimento arduo.
Me lembro de uma caravela que montei, que levou 1 ano para que eu a considerasse pronta. Todo final de semana me dedicava a algum detalhe de um mundo de cordas, velas, passantes, canhões, etc.. A sensação de dever cumprido ainda mora comigo.
Passei muitos finais de semana me dedicando a montagem. Nunca fui de ir a festas e os kits eram meus companheiros. Me lembro com muito gosto de cada avião montado e até hoje, sei detalhes de aviões que só quem montou um de verdade, ou um colecionador de Revell sabem.
Ainda tenho alguns montados, alguns destruidos, outros recomprados e pelo menos 80 na caixa, esperando para serem montados. Hoje não tenho mais tempo, infelizmente. Sempre prometo a mim mesmo que vou voltar a me dedicar ao plastimodelismo, mas os inúmeros compromissos me impedem.
Mas o que tudo isso tem a ver com tudo isso ? É que hoje concluí um trabalho de pesquisa que começou na segunda-feira de carnaval - Cerca de 5 meses. Um trabalho feito com muita paciencia, trabalho de ajuste fino, exigiu planejamento, preparo e visão de micro e macro. Tambem como naquela época, um trabalho feito nas horas vagas. Quando fiz a última medida a pouco e cheguei a conclusão que os resultados estão bons, me veio a memória a sensação de um kit Revell pronto, que vai pra prateleira.
Mais que parafusos, posição do motor e pinturas, aquelas noites de montar kit Revell me ensinaram a planejar, a ver o resultado que viria, ainda que pra muitos o que se via, era um amontoado de peças.

Meu servidor finalmente funcionou ...

Ufa, finalmente consegui colocar no ar meu servidorzinho que vai armazenar os exercicios resolvidos e outros baratos.
O semestrinho... E pra terminar uma bomba atomica ! Fiquei imensamente decepcionado com alguns alunos que trairam nossa confiança. É uma pena que as pessoas se espelhem mais em Renans que Santos (Dummonds). É uma pena. Uma pena mesmo ! E daquelas penas que não voam.
Mas a vida tem de continuar, com as decepções ou não.

Apesar de nao ter postado nada, fiz algumas coisas em papel e estou estudando um tal de efeito Peltier. Detalhes em breve. Nas ferias, tomara que consiga colocar alguns exercicios no ar.

Escovem os dentes e sejam felizes. E se tiverem tempo, estudem fisica !