Como diria um amigo meu, o Brasil só começa a funcionar mesmo, depois do Carnaval. Então, feliz ano novo para todos ;)
Ontem passei por uma situação absurdamente ridicula, fazendo uma coisa que gosto muito: Fotografar.
Minha história com fotografia começou quando cheguei a conclusão que eu não sabia fotografar. Naquela viagem pra Paris, que já contei aqui, tirei poucas e péssimas fotos. Alguma velaram, outras não saiu nada. Usei uma Yashica automatica, pin-hole, ruim de matar. Comprei filmes sem escolher ASA e o resultado foram fotos obtidas mais com sorte que com técnica e varias poses perdidas.
Voltei decidido a aprender a fotografar.
Comprei uma Fujica usada, com lentes macros, até uma Teleobjetiva de 180 mm, mais duas teleconverter. Comprei muitos filmes e fui aprendendo a clicar. Muitos testes, muitas experiências, muitas fotos ruins e algumas boas. Fui aprimorando a técnica e hoje acho que até consigo fazer fotos interessantes. Além da Yashica e da Fujica, tenho uma Olympus TRIP-35 fantastica, além de outras automáticas. Tenho uma panoramica, pin-hole também que é bem legal !
Depois de muito relutar, comprei uma camera digital. Uma camera pequena, da Olympus, marca que já me inspira confiança da época do filme ! A pequena digital me impressionou. Não é uma SLR, mas é bem melhor que qualquer 35 mm não SLR de filme. Isso porque é quase uma SLR, já que a imagem vista é praticamente a imagem que será registrada. A camerinha faz imagens com zoom de 4 x (optico) e macros (não como a minha Fujica, mas tem seu charme).
Como gosto de fotografar flores, a Olympus está mostrando bons serviços.
Ontem, passando por um bairro sem asfalto, numa região carente da cidade, vi uma cena impar. Uma garota de uns 10 a 12 anos no máximo, montada em um cavalo pequeno (não sei se especie pequena ou por ser jovem), conduzindo uma boiada de umas 20 cabeças.
A boiada ficou entre meu carro e tive que esperar os bois se dispersarem. A garota, prontamente veio afastar os bixos, com uma desenvoltura impressionante.
A garota, de traços fortes e espressão séria, me inspirou a fotografar. Tirei minha companheira Olympus do porta-luvas, fiz alguns ajustes (adeus Flash, se essa boiada estoura, eu tô ferrado), mostrei a camera a ela e fiz sinal se poderia fotografá-la.
Ela fez uma pose que me desconsertou. O cavalo olhando pra mim e ela com um olhar duro do sertão e uma vaidade de uma menina de 12 anos. O terreno molhado pela chuva, tudo muito certo.
Cliquei.
Ela se despediu com um sinal e continuou seu caminho.
E a foto não saiu. Ficou fora de foco.
Acho que os frios computadores da pequena Olympus não conseguiram entender a beleza daquela momento, ou então o inexperiente fotografo digital foi pego pela emoção.
Seja como for, aquele momento se foi e nunca mais voltará. É claro que eu vou tentar fotografá-la novamente. Mas ela terá mudado, eu terei mudado. Como disse alguem, você nunca poderá atravessar duas vezes o mesmo rio, porque o rio terá mudado.
O fato é que aquela foto tremida vai ser revelada, de qualquer forma para que eu possa me lembrar que alguns momentos da vida, acontecem apenas uma vez. Seja uma viagem a Paris, seja uma garota de 12 anos conduzindo uma boiada !
Já que estamos no assunto, as melhores fotos que tirei, recentemente, foram usando minha Fujica com filme de ASA 400, com Fotometro ajustado para ASA 200 e revelado como ASA 200 !!! Um aparente erro resultou em fotos com cores absurdamente reais. Em tempo tambem, só utilizo filme FUJI, tem cores mais reais !
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